Informações

O processo de criação do Arquivo Central e, depois, do Sistema de Arquivos, começou em 1983, com a estruturação do Centro de Informação e Difusão Cultural (CIDIC), formalizado em 1984. O objetivo principal era a coordenação dos trabalhos da Biblioteca Central e de uma Divisão de Documentação. Esta foi projetada para tratar de documentos pessoais que acompanhavam os acervos bibliográficos adquiridos pela UNICAMP. 

No ano seguinte, a Divisão organizou conjuntos documentais particulares custodiados pela Biblioteca Central e também do Arquivo do Tribunal de Justiça de Campinas, conjunto que daria origem, pouco tempo depois, ao Centro de Memória-Unicamp. Ao mesmo tempo, foi também desenvolvido um primeiro diagnóstico para conhecer os arquivos gerados pela Universidade. Em 1986, foi transferida para um local provisório, no Ciclo Básico. Diversos conjuntos já faziam parte do seu acervo: Paulo Duarte, Sérgio Buarque de Holanda, Gabinete do Reitor, Administração, Faculdade de Ciências Médicas, Tribunal de Justiça e Zeferino Vaz. 

Em 1987, foi implantado o Arquivo Central da Unicamp, em substituição a Divisão de Documentação. A aprovação de uma política de gestão documental pela Universidade se deu em 1989, quando foi implantado o Sistema de Arquivos da Unicamp (SIARQ), tendo o Arquivo Central como órgão de coordenação (Deliberação A-39/1989). O trabalho foi feito com base em modelos que já vinham sendo implementados em órgãos governamentais, como o Sistema de Arquivos do Estado de São Paulo e o Sistema Nacional de Arquivo. A concepção do SIARQ teve como foco de atuação a gestão arquivística integrada dos documentos e o controle da produção, tramitação, arquivamento, avaliação e preservação, numa linha contínua de gerenciamento.  

Em 1991, o órgão foi transferido para um prédio próprio, mesmo ano em que foi realizado o I Seminário Nacional de Arquivos Universitários. Nele estiveram presentes cerca de 600 profissionais e sua realização foi um marco na arquivística brasileira.

Entre 1992 e 1993, o SIARQ participou da implantação do Sistema de Protocolo, que informatizou a gestão de documentos administrativos, por meio de registro de dados. Foi o primeiro sistema eletrônico de gestão de documentos da Universidade. As Tabelas de Temporalidade de Documentos da Administração também foram elaboradas. Por meio da Deliberação Consu A-8, de 1995, o Conselho Consultivo, com representantes docentes, passou a integrar a estrutura do SIARQ, intensificando o vínculo da gestão arquivística da instituição com a área acadêmica; a criação de políticas de preservação e de memória e a possibilidade de articulações com órgãos de fomento.

Ao final da década de 1990, o Arquivo Central desenvolveu uma série de projetos, tais como os de Tabelas de Temporalidade de Documentos dos Institutos e Faculdades; Guia do Arquivo Eletrônico; Exposições virtuais, Encontros com Assistentes técnicos de Direção e Comissões Setoriais de Arquivos. Também apoiou projetos institucionais: Web da Unicamp; Sistema de Informatização de Processos de Trabalho, Banco de Imagens e Informações de Documentos da Unicamp.

Em 2005, foi constituído o Grupo de Trabalho Memória Científica da Unicamp (Portaria GR nº 08/2005 e 178/2005), para proposições e ações para a preservação do acervo científico da Universidade. No mesmo ano, entrou em funcionamento o primeiro sistema de gestão de documentos permanentes da Universidade SAHU-Pesquisarqh), desenvolvido pelo Centro de Computação (CCUEC), SIARQ e Arquivo Edgard Leuenroth (AEL).

Dois anos depois, por intermédio de convênio com o Arquivo Nacional, a Unicamp passou a integrar a terceira fase do Projeto InterPares (Pesquisa Internacional sobre documentos arquivísticos autênticos em sistemas eletrônicos). Criado em 1997 pela Universidade de British Columbia (UBC), no Canadá, o projeto desenvolveu estudos para o estabelecimento de modelos e padrões de gestão e a preservação de documentos digitais por longo prazo.

Em 2013, o SIARQ assumiu formalmente a coordenação e a manutenção do Sistema de Protocolo da Universidade, conforme a Deliberação CONSU A-10/2013.  Esse Sistema foi substituído em 2015 pelo Sistema Informatizado de Gestão Arquivística de Documentos (SIGAD-UNICAMP), desenvolvido e mantido pelo SIARQ, que oferece diversos serviços de gestão arquivística para toda a Universidade, com vistas a otimizar a produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento de documentos administrativos e acadêmicos, independente do seu suporte (convencional ou digital). 

Desde 2017, em consonância à diretriz estratégica UNICAMP-DIGITAL, o SIARQ desenvolveu ações para tratamento especializado de documentos digitais, tendo em vista valores legais, administrativos e informativos. Atualmente, vem atuando prioritariamente na qualificação do SIGAD-Unicamp para a produção, gestão e preservação de documentos digitais.

O acervo arquivístico sob a responsabilidade do SIARQ/UNICAMP compreende documentos de qualquer tipo e suporte, produzidos, recebidos ou acumulados pelas unidades e órgãos da Universidade no desempenho de suas funções, em cumprimento de suas competências acadêmicas e jurídico-administrativas e por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, cuja custódia foi assumida pelo SIARQ/UNICAMP, por ser considerado de interesse para a Universidade. Sob sua responsabilidade estão o arquivo intermediário - cujo acesso está aberto aos produtores e ao público em geral, quando não há restrição de acesso - e o permanente. Sobre este último, é composto por fundos ou coleções institucionais que provêm tanto das unidades e órgãos da Universidade, como de doações de pessoas ou da própria produção do AC/SIARQ, contemplando entrevistas, história oral e publicações. 

Destacam-se o fundo Conselho de Entidades (1958-1963), constituído por documentos do órgão que desencadeou o movimento pró-criação da Faculdade de Medicina e que deu origem à Universidade traz informações sobre a criação, a instalação e o desenvolvimento da Unicamp, tal como o fundo da Comissão Organizadora da Unicamp (1965-1966), responsável pela implantação da Faculdade de Medicina e pelo planejamento da instalação das demais unidades que viriam integrar a Unicamp; Já o fundo Gabinete do Reitor (1963-), reúne documentos provenientes das ações dos reitores, entre eles o grupo Zeferino Vaz (1965-1978), constituído por uma vasta documentação referente a estruturação da Universidade. Outro material importante são os fundos e coleções pessoais dos profissionais ligados à produção científica dessa instituição e que dela fizeram parte, como os de Zeferino Vaz (1928-1982), Sérgio Buarque de Holanda (1554-1990) e Cesar Lattes.

Os textos e imagens constantes desta obra são de responsabilidade exclusiva das unidades envolvidas.