Informações
Quadra do Instituto de Artes da Unicamp, campus Zeferino Vaz, Campinas, SP.Rua Sérgio Buarque de Holanda, Elis Regina, Bertrand Russel e Carlos Gomes
(19) 32891510
Aberto
Um projeto de jardim escultórico para a Unicamp
A mirada para a inovação e a atualização de seus espaços, ladeada pelo reconhecimento das coleções de obras de arte de que já detém a Unicamp, são os indicativos considerados para a implantação do Jardim de Esculturas e Convivência como um organismo que o Instituto de Artes formaliza nas áreas abertas da quadra que ocupa no campus Zeferino Vaz como espaço de experimentação, fruição e colecionismo desdobrados na pesquisa em curso por seu corpo acadêmico. Desse modo, entende-se que a proposta atende às especificidades maiores propostas pelo trabalho cotidiano da Universidade, tanto quanto produz elementos de envolvimento público pela interação de diferentes públicos.
A partir de modelo atualizado do formato mais tradicional dos jardins de escultura, o projeto instalado no Instituto de Artes estabelece sua formação projetada de modo crescente, ao longo do tempo, por meio do colecionismo de trabalhos artísticos que, para além do caráter permanente mais usual, vislumbram fomentar a experimentação de novas formas artísticas contemporâneas pautadas pela ativação, participação e duração no tempo e no espaço temporárias, efêmeras ou pontuais, que incluem o amplo arco de expressões artísticas estudadas e praticadas pelos departamentos do Instituto de Artes. Posiciona-se assim a partir de vetor conceitual que nasce no elemento escultórico sem se restringir à ele, visando alcançar o performativo que alinha muitas formas contemporâneas de produção artística.
No Brasil existem vários jardins de esculturas que funcionam desta maneira. Usualmente são vinculados a instituições culturais voltadas para a Arte Contemporânea ou Moderna que exibem e salvaguardam como sua coleção, tais como o Jardim de Esculturas do MAM SP e o Jardim de Esculturas da Praça da Luz, também situado na cidade de São Paulo.
Na Unicamp, este projeto é antecedido pela coleção escultórica formada a partir do projeto “Arte no Campus” criado em 1985, na gestão do prof. Aristodemo Pinotti, a partir do trabalho dos professores-artistas do Departamento de Artes Plásticas. Projeto que ainda é possível de ser conhecido em diferentes localidades do campus. “Arte no Campus” foi o primeiro conjunto de arte instaurado na paisagem do campus Zeferino Vaz que deixa importante legado cultural, tanto quanto impulsiona os desdobramentos para projetos voltados ao vetor artístico como elemento pertinente para integrar o fluxo das pessoas dentro do campus.
Em meados de 2017, com a oportunidade da doação da peça “Castelo de Pássaros” da artista japonesa Akiko Fujita ao Instituto de Artes, dá-se início à formalização da proposta de criação do Jardim de Esculturas. O projeto foi encaminhado pela profa. Sylvia Furegatti e aprovado pelo Conselho do Departamento de Artes Plásticas, em agosto de 2017, por meio da instituição de uma subcomissão destinada a coordenar os trabalhos de implantação da proposta do Jardim. Esta subcomissão foi formada pelos professores Sylvia Furegatti, Claudio Lima Ferreira e o engenheiro Wilmar Passarela. Após um período de preparação da peça, documentação da doação e adequação da área no terreno, é aprovada pela Congregação do IA, em 23/05/2019 a instalação e incorporação da escultura ao IA (Deliberação Congregação IA n.121/2019). Com isso, “Castelo de Pássaros” repete o rito de fundação do qual a professora-artista Akiko Fujita já participara, em meados da década de 1980, quando integra o corpo docente da fundação do Departamento e do Curso de Artes Plásticas.
Contando com o apoio da Pró-reitoria de Extensão e Cultura - PROEC para a construção da base e a montagem do trabalho de Fujita, a peça é instalada na área aberta dos jardins do IA e inaugurada em 17 de outubro de 2019, combinada à realização de um Seminário especialmente organizado para acompanhar esta inauguração, no qual a escultura contemporânea e suas relações com a cidade atual foram o centro da discussão.
O conjunto de peças inicial
A proposta deste Jardim não se estabelece pelo princípio colecionista convencional, mas sim, a partir do exercício de ressignificação processual daquele lócus, como lugar de arte dentro do campus e como estrutura produtora de novos estudos sobre as relações entre arte, paisagem, escultura e público. O projeto original foi submetido e aprovado pela Congregação do Instituto de Artes em 30 de abril de 2020, apontando para a ocupação de toda a quadra do Instituto de Artes, a ser dividida em áreas distintas, nas quais arte e convivialidade são aproximadas. Essa proposta inicial partia da implantação de três primeiros trabalhos artísticos, recebidos em doação e aprovados pelo DAP e pela Congregação do Instituto, no ano de 2017, a saber: “Castelo de Pássaros” de Akiko Fujita (1985) já implantado; Ilha de Plantas, de Sylvia Furegatti (2015) implantado em dezembro de 2022 e [In]versão da paisagem, de Dirceu Maués (2017) que ainda aguarda as negociações para sua incorporação ao projeto.
Em outubro de 2022, terminada a exposição “Paisagem sob Inventário” celebrativa dos 10 anos de existência do Museu de Artes Visuais – MAV Unicamp, realizada no MAC Campinas, a peça escultórica em ferro, pesando 4 toneladas, “Sem Título” (2015), de autoria de Leandro Gabriel é incorporada à coleção do Jardim contribuindo para o direcionamento conceitual dessa primeira área ocupada. Em julho de 2023, com apoio da Diretoria do Instituto de Artes, o painel mural “Artepreta” de autoria do artista Edson Xis é incorporado à coleção do Jardim, ocupando uma área de quinze metros quadrados, entre os acessos da Rua Carlos Gomes que divide o IA e o Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, abrindo assim, nova área de instalação de trabalhos.
Comissões e Bolsistas
Em 2022, a subcomissão formaliza junto ao DAP a formação da Comissão Curatorial do Projeto para que os trabalhos possam avançar. Aos representantes já instituídos na subcomissão, somam-se os Profs. Drs. Evandro Ziggiatti Monteiro (FEC FAU) e Ricardo Cristófaro (IAC UFJF) que compõem um corpo técnico especializado.
A partir do ano de 2020, o projeto ganha novo fôlego com a participação de um grupo de alunos bolsistas SAE BAS e BAEF, graduandos em Arquitetura e Urbanismo, sob supervisão do prof. Claudio Lima. Nesse período, o auxílio de alunos bolsistas foi fundamental para as variadas etapas cumpridas. Assim também se ressalta o apoio das Diretorias do Instituto de Artes e das reitorias e pró-reitorias de Extensão e Cultura da Unicamp que vem contribuído para a continuidade do projeto.
Áreas de Intervenção Projetual (artística e de convivência)
A área livre da quadra que compreende o conjunto dos prédios do Instituto de Artes contempla atualmente quatro prédios habitados e um Teatro Laboratório, em construção. A proposta de implantação do Jardim de Esculturas e Convivência considera os projetos construtivos em execução e assim também as adequações de acessibilidade projetadas para o IA, de modo que a instalação das peças artísticas permanentes, temporárias ou efêmeras possam manter seu diálogo com as mudanças planejadas.
Dividido em suas frentes artística e urbanística, o espaço total do Projeto do Jardim de Esculturas e Convivência compõe-se por 12 áreas de intervenção, sendo 9 delas destinadas às intervenções artísticas e 3 destinadas a intervenções de caráter misto, ou seja, proposições híbridas, de caráter temporário, para projetos performativos e uso de convivialidade social.
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