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2ª a 6ª: 9h00 - 17h00
A ideia da criação de um Centro de Memória pela Unicamp surgiu no início da década de 1970, durante a gestão do Prof. Zeferino Vaz, idealizador e primeiro reitor da universidade, mas só ganhou força a partir de 1978, quando o historiador e professor José Roberto do Amaral Lapa soube da intenção do Fórum de Campinas de descartar seus arquivos cartoriais por problemas de infraestrutura. Diante da ameaça de incineração dos mais de 50 mil processos que abrangem um importantíssimo período da história da cidade – do final do século XVIII até o início do século XX – Lapa não mediu esforços até que a universidade oficializasse o interesse pela documentação. Após uma série de negociações, a transferência dos arquivos do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo da Comarca de Campinas (TJC) para a Unicamp foi autorizada em março de 1985. Como também não dispunha de infraestrutura adequada para abrigar o grande volume de documentos envolvido, a Unicamp teve que acelerar o processo, nomeando, em abril daquele ano, uma comissão especial para viabilizar a criação e instalação do Centro de Memória.
Em 1º de julho de 1985, uma portaria do então reitor Prof. José Aristodemo Pinotti criou o Centro de Memória - Unicamp, cuja solenidade de fundação, no entanto, aconteceu apenas dez dias depois, quando o Prof. José Roberto do Amaral Lapa foi nomeado seu primeiro diretor, cargo que exerceu durante os dez anos seguintes.
Nos primeiros meses, o CMU funcionou provisoriamente nas dependências da Biblioteca Central, onde estava o Centro de Informação e Difusão Cultural (CIDIC), que ficou responsável pelo tratamento inicial dos documentos do TJC. Ainda em 1985, a Reitoria designou o andar térreo do prédio do Ciclo Básico I para as instalações do Centro de Memória, onde ainda hoje está sediado.
O conjunto documental do Tribunal de Justiça não somente deu origem ao CMU, como determinou seu arranjo em setores especializados no tratamento de documentos em suportes diferenciados, como livros, documentos manuscritos, fotografias, fitas cassetes, vídeos, entre outros.
Em 1986 foi criada a Biblioteca do Centro de Memória – Unicamp. Sua organização teve como origem o acervo doado por João Falchi Trinca, grande bibliófilo campineiro, que ao longo de sua vida constituiu um dos mais completos acervos sobre Campinas. No mesmo ano, tiveram início as atividades de conservação e restauro do Centro de Memória - Unicamp, com a criação do Laboratório de Conservação e Restauro (LABRE), especializado no tratamento de documentos gráficos.
Ao longo das décadas, a partir do recebimento de um grande número de conjuntos documentais, outras necessidades relacionadas ao processamento, conservação e disponibilização dos acervos acabaram por impor mudanças ao Centro.
Em 1990, o Centro de Memória-Unicamp iniciou a publicação da sua revista institucional, Resgate. A partir da criação do Arquivo Fotográfico, em 1994, foi instituída no CMU uma nova área de atuação, destinada exclusivamente à conservação e preservação de arquivos fotográficos e audiovisuais. Com a realização e aprovação da Certificação do CMU, ocorrida em 2015, as duas áreas foram integradas em um único setor, que passou a atuar na Conservação e Restauro de todo o acervo, abrangendo diferentes gêneros documentais, como têxteis, porcelanas, madeira, papel, materiais fotográficos etc.
Desde 2015, o CMU vem passando por uma ampla reorganização interna visando aprimorar o atendimento aos usuários e pesquisadores, assim como integrar e dinamizar seus diferentes setores voltados ao acervo: Processamento Técnico e Documentação Digital, Conservação e Restauro, Biblioteca e Difusão. O CMU conta, ainda, com áreas administrativas, de informática e tecnologia da informação, comunicação e publicações. Nesse processo, foi também realizado um diagnóstico completo do acervo, o qual vem embasando a revisão dos critérios de organização dos documentos, assim como os trabalhos da Comissão de Política de Acervos.
Em 2021, o CMU iniciou sua mudança de sede, a qual foi oficialmente inaugurada no dia 7 de junho de 2023. Localizado no terceiro piso do edifício da Biblioteca Central César Lattes, o CMU reúne cerca de 120 conjuntos documentais pessoais e institucionais tanto públicos quanto privados, que abrangem um período histórico que vai do final do século XVII aos dias atuais e se voltam à compreensão de diferentes realidades do mundo paulista. Seu acervo é dos mais variados gêneros (audiovisual, iconográfico, sonoro, textual e tridimensional), além de possuir uma Biblioteca especializada em Campinas, responsável pela gestão de livros e obras raras, e de um grande volume de periódicos, jornais e folhetos antigos. Com este acervo documental de expressivo potencial para pesquisa e produção de conhecimento nas mais diferentes áreas do conhecimento, constituindo uma matriz de informações para estudos multidisciplinares que envolvem aspectos econômicos, sociais, culturais, urbanos e políticos.
O acesso ao acervo documental do CMU ocorre tanto física quanto digitalmente por meio de seu Portal Digital. O Centro conta, ainda, com uma forte ação de difusão, realizada por meio de visitas mediadas a diferentes públicos; manutenção de um site próprio para as ações e conteúdos e das redes sociais; a curadoria de exposições físicas de média e curta duração em espaço próprio e virtuais por meio do Google Arts & Culture. Destacam-se as parcerias para a democratização do acesso aos conjuntos documentais, como com o Wiki Movimento Brasil, por meio do projeto GLAM (Galleries, Libraries and Museums).
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